"Acordo todas as manhãs com este zumbido e a certeza que não vais voltar. Cansada de me convencer que, apesar e acima do teu individualismo, estava a tal inevitabilidade a que nos submetemos e chamamos amor, pensei que, com todo o amor que sentia por ti, te iria suavizar e de alguma forma fazer parte do teu equilíbrio, tornando-me subtilmente indispensável. Helàs.
Nunca pensei enganar-me tanto. Mas só agora percebo que o teu amor para mim não foi uma inevitabilidade, mas uma escolha. Alguém que te chamou a atenção e que, um dia, decidiste que querias atravessar, com a intuição certeira de um animal selvagem que procura refúgio temporário, quando está cansado. Sei que não vinhas a fugir de nada, nem à procura de coisa nenhuma. Mas acho que, quando eras pequeno, te arrancaram uma parte de ti, e desde então ficaste incompleto e perdeste, quem sabe talvez para sempre, a capacidade de adormecer nos braços de alguém sem que penses no perigo de ficar na armadilha do carinho para todo o sempre." Margarida Rebelo Pinto in alma de pássaro
Hoje fui à biblioteca e vi um livro que me "saltou à vista" "A Prisão do Silêncio" de Torey Hayden, mas já não era possível requisitá-lo; vinha-me embora sem nenhum livro, mas voltei atrás e encontrei "alma de pássaro" lembrei-me que a gimm o tinha lido e tinha gostado. Então trouxe-o e comecei a lê-lo hoje; a ver se a gimm tem bom gosto...
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